quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A IDADE DAS CHUVAS


Quando era infância
tive o meu caderno de chuvas:
algumas rasuradas, outras
fiéis cópias dos deveres do céu. 
Quando era infância,
minhas chuvas eram as águas
do que poderiam ter sido:
fruto de rios bem cursados.

Mas herdei a chuva ancestral
que põe umidade na alma
e passa o ano a acarinhar
a palidez das poças de lama.

E é a mesma água que ainda sonha
os grandes oceanos.

André Ricardo Aguiar
 

1 Comentários:

Às 9 de fevereiro de 2011 às 03:35 , Anonymous AnaBia disse...

Obrigada Jef,fico feliz em saber que com este blog posso tocar na alma das pessoas e dividir sempre bons pensamentos,boas palavras.
Um abraço
Bia

 

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